Blitzscaling - Resenha crítica - Chris Yeh
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Blitzscaling - resenha crítica

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Startups & Empreendedorismo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Blitzscaling

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-50807-58-4

Editora: Alta Books

Resenha crítica

O blitzscaling

Às vezes, o mercado requer mais do que um crescimento comum. Quando o Airbnb enfrentou a concorrência da empresa alemã Wimdu, precisou de uma estratégia agressiva de expansão. O mesmo aconteceu com a Tencent, quando lançou o WeChat para acompanhar o crescimento dos smartphones.

Essas marcas apostaram em um agressivo programa de crescimento “relâmpago”, chamado de blitzscaling. Ele prioriza a velocidade em relação à eficácia, mesmo diante de incertezas. Esse é o conjunto de táticas que fez com que essas empresas se tornassem as principais nos mercados em que atuam.

Quando uma startup cria um produto arrebatador, com um mercado definido e um bom canal de distribuição, ela se torna uma “scale-up” — uma empresa capaz de influenciar na vida de milhares de pessoas. O blitzscaling é o caminho mais rápido para que uma startup se torne uma scale-up.

Priorizando a velocidade sobre a eficiência

Nas últimas décadas, testemunhamos uma revolução no mundo dos negócios. A “era das redes”, em que a internet ganhou um papel de destaque no equilíbrio das empresas, acelerou praticamente tudo. Hoje, uma pessoa pode se conectar a qualquer outra imediatamente. Isso é o que tornou o blitzscaling possível.

Atualmente, o nível de concorrência parece opressor, mas a era das redes permite que as empresas alcancem grandes resultados mais rápido do que em qualquer outro momento da história. A estratégia que usam para chegar lá é o blitzscaling. A ideia é levar a um crescimento extremamente rápido, priorizando velocidade à eficiência. 

É um acelerador que permite à marca crescer em um ritmo fortíssimo, acabando com a concorrência pelo caminho. O blitzscaling contraria o pensamento corporativo convencional e requer coragem para assumir o risco de investir em um crescimento agressivo em meio a incerteza.

O Vale do Silício não é o acelerador do mundo

É um erro comum presumir que o Vale do Silício é o acelerador do mundo. Na verdade, a história sempre se acelerou — e o Vale do Silício foi só o primeiro lugar a descobrir como acompanhar o ritmo. O fator mais determinante é o blitzscaling e ele não é intrínseco a um lugar. 

Os outros núcleos de startups provam isso, em lugares variados como Nova York, Seattle, Xangai, Istambul, Tel Aviv e Dubai. O blitzscaling é uma técnica que não segue barreiras geográficas. É possível implementá-lo em qualquer ecossistema empresarial. 

Podemos pegar os exemplos do Vale do Silício e replicá-lo em quase qualquer lugar do mundo. Basta apostar no mesmo modelo de crescimento de suas empresas. O mundo verá setores inteiramente novos nos próximos anos. É deles que virão as próximas startups e scale-ups, além de milhares de novos empregos.

A compatibilidade de produto e mercado

A “compatibilidade de produto e mercado” é a ideia de estar em um bom nicho com uma solução capaz de atendê-lo. Quando seu nível é bom, impulsiona o crescimento rápido. Se for ruim, o dificulta. Sem a compatibilidade, não dá para fazer com que a empresa seja um negócio de sucesso.

A compatibilidade de produto e mercado é um fator definidor para o êxito das startups. Há várias empresas que têm todos os aspectos operacionais bem desenvolvidos. É o caso das políticas de RH, modelo de vendas, plano de marketing, processo de recrutamento e atendimento.

No entanto, mesmo empresas com esse nível de desenvolvimento podem entrar em queda livre por não ter um boa compatibilidade de produto e mercado. Infelizmente, é mais fácil definir a compatibilidade do que estabelecê-la. É difícil achar uma oportunidade que os concorrentes ainda não aproveitaram.

A lei de Moore

A lei de Moore é o princípio que impulsionou a ascensão da indústria da tecnologia. Ela diz que o poder de computação tende a dobrar a cada 18 meses. Ela revelou o aumento implacável da computação, uma fonte constante de inovação tecnológica. 

O poder de processamento de computadores gigantescos há alguns anos já está disponível em um simples smartwatch. Grandes empresários não só seguem a Lei de Moore, como também a antecipam. O empresário Reed Hasting planejava a programação personalizada de vídeos via internet em 1997.

No entanto, a tecnologia disponível não era suficiente. Sua recém-fundada empresa, a Netflix, atuou no mercado de aluguel de DVDs enquanto a tecnologia não estava disponível. Quando a lei de Moore fez sua mágica e o streaming se tornou viável, a Netflix se lançou como pioneira e abocanhou a maior parte do mercado.

A coragem é mais escassa que a genialidade

O empresário Peter Thiel conta que sempre que entrevista um candidato a uma vaga de emprego pergunta: “sobre qual importante verdade poucas pessoas concordam com você?”. Essa é uma pergunta difícil de responder, porque exige que o público diga algo impopular.

O pensamento brilhante é raro, mas a coragem é mais escassa que a genialidade. Às vezes, você precisará ser do contra se quiser criar uma empresa tecnológica valiosa. É o que traz um grande benefício para a vantagem inicial de escalar. Se sua marca busca uma oportunidade interessante, terá que se distanciar dos concorrentes.

Para inovar, você provavelmente terá que buscar uma oportunidade rejeitada pelo senso comum. A Amazon buscava o e-commerce quando a maior parte das pessoas ignorariam a ideia. O mesmo vale para o Facebook, que construiu sua rede social quando os outros não viam valor nesse tipo de negócio.

A inovação requer criar algo novo e não comprovado

Já passamos da metade do microbook e os autores contam que grandes ideias podem parecer estúpidas a princípio. Por isso, elas podem ser rejeitadas até por pessoas inteligentes. A maior parte dos investidores de risco bem-sucedidos têm uma predileção por ideias comprovadas em relação às novas.

O problema é que inovar requer tentar algo novo e, por isso, não comprovado. O inverso, investir em algo comprovado, também não é uma boa ideia em todos os casos. Um exemplo que os autores citam é o filme “Velocidade máxima”, uma espécie de “Duro de matar em um ônibus”.

É o reaproveitamento de uma fórmula de blockbuster bem-sucedida. O problema é que isso deixou os investidores conservadores demais. Eles apostaram em vários filmes parecidos, como "A força em alerta" e "Momento crítico", não tão bem-sucedidos assim. Quando investidores obcecados por reaproveitar fórmulas financiam um “Uber para pets”, é sinal de que alguma coisa está errada.

Mova-se rápido e quebre coisas

No início, as pessoas não enxergaram o potencial do Facebook por causa de seu dimensionamento de mercado. A marca surgiu como uma rede social para universitários. Era uma categoria nova e não comprovada para um público restrito. Isso fez a rede parecer um produto de nicho.

Uma das filosofias que ajudou o Facebook a ter sucesso é o lema “mova-se rápido e quebre coisas”. Essa ênfase, que veio de Mark Zuckerberg, permitiu que a empresa alcançasse um desenvolvimento rápido de produtos, assim como sua melhoria contínua. 

Com a evolução dos negócios, a filosofia mudou para “aja rápido e quebre coisas com infraestrutura estável”. O foco ainda é a velocidade. No entanto, com uma empresa pequena, Mark estava disposto a fazer coisas que permitiam um avanço ainda mais rápido. À medida que a empresa foi crescendo, essa inclinação começou a desacelerar, porque a complexidade dificultava a correção rápida de problemas.

Só use o blitzscaling quando a velocidade for crítica para os resultados

Implementar o blitzscaling parece difícil porque exige que você descarte várias das regras típicas de negócios. Isso vale principalmente para executivos experientes, que precisam abandonar muito do que aprenderam com a experiência e o conhecimento formal. Aqui, não há planejamento cuidadoso.

Os executivos devem abrir mão do investimento cauteloso em nome das estimativas rápidas. É um curso de ação arriscado e contraintuitivo. O objetivo do blitzscaling é conquistar um crescimento relâmpago, apesar dos riscos. Implementá-lo só faz sentido se a velocidade for a estratégia central para alcançar bons resultados.

Você não precisa de um modelo de receita sólido para investir no blitzscaling. Na verdade, para que ele funcione, você precisará justamente investir no crescimento antes mesmo que o modelo de receita seja comprovado. Toda grande scale-up passou pelo blitzcaling para chegar onde chegou.

A nova grande oportunidade

Para alcançar um bom nível de sucesso, você precisará de uma nova grande oportunidade, na qual as proporções do mercado e as margens se unam para criar um grande valor potencial. São nichos novos, nos quais não há um líder de mercado ou um oligopólio.

Uma nova grande oportunidade surge quando a inovação tecnológica cria um novo mercado ou muda a ordem de um já existente. Foi o que aconteceu com o YouTube. O progresso da tecnologia fez com que a transmissão de vídeos ficasse acessível, enquanto as câmeras dos smartphones se popularizaram.

O ambiente de investimento permitiu uma aposta intensiva em capital. Se as margens forem baixas, as proporções do mercado precisarão ser ainda maiores para que o investimento valha a pena. Certifique-se de que o prêmio é bom o suficiente. O blitzscaling não compensa se a oportunidade for pequena.

O blitzscaling cria precursores de mercados em que o vencedor leva tudo

A velocidade do blitzscaling é sempre relativa. O hipercrescimento de uma etapa pode ser mediano em outra. A maior parte das startups tenta se expandir rapidamente, tornando o desafio de crescer acima da média ainda mais alto. Aqui, vocẽ precisa ser o único agente competente do seu mercado.

Isso não é comum, porque qualquer boa oportunidade costuma atrair empreendedores sagazes e sedentos. Você também precisará ser o primeiro do seu nicho a descobrir uma boa estratégia de crescimento e terá que se distinguir da concorrência buscando a escala de forma mais resoluta.

A desvantagem aqui é que o custo do fracasso é mais alto do que se você fosse cauteloso e esperasse um retorno antes de assumir compromissos. Só que esse custo diminui com os benefícios de ser um precursor em um mercado relevante, no qual o vencedor leva tudo.

A abordagem “canivete suíço”

À medida que uma empresa cresce, o foco da solução muda. Deixa de ter uma abordagem centralizada e passa para uma abordagem difusa. As startups nas primeiras fases do blitzscaling são empresas de um produto só, que se concentram em explorar essa especialidade extremamente bem.

No entanto, para que a marca siga crescendo, ela precisará de várias linhas de produtos. Reid Hoffman, o fundador do LinkedIn e um dos autores do livro, conta que inicialmente sua rede social seguiu uma abordagem restrita para tentar reter os usuários. A ideia não deu certo.

O LinkedIn só aumentou seu engajamento quando usou uma abordagem “canivete suíço”. A rede incorporou feeds de notícias, ferramentas de progresso na carreira e soluções de educação. Em vez de procurar uma solução específica e milagrosa, Reid investiu em uma saída generalista que tivesse um pouco de tudo.

Notas finais

Blitzscaling mostra como as startups mais bem-sucedidas do mundo chegaram no topo graças a empreendedores que assumiram os riscos e investiram em uma estratégia agressiva de crescimento.

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Quem escreveu o livro?

Reid Hoffman é empresário, capitalista de risco e podcaster. Foi um dos fundadores da rede social de negócios LinkedIn. É presidente d... (Leia mais)

Chris Yeh é investidor, mentor e empresário. É um dos fundadores do fundo de investimentos Blitzsc... (Leia mais)

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